UM PEDAÇO DE MADEIRA
Eu me prostraria diante de um
pedaço de madeira? Partindo desse questionamento, gostaria de refletir sobre
algumas orientações contidas na Bíblia, mais precisamente no livro do profeta
Isaías, capítulo 44.
Eis o que diz o
ETERNO, Rei de Israel, e seu REDENTOR, o YHWH dos exércitos: “Eu sou o
primeiro e o último, não há outro CRIADOR afora eu. Quem é igual a mim? Que venha
sustentar suas pretensões! Que prove e pleiteie contra mim! Quem anunciou o
futuro, desde a origem? Que nos predigam o que deve ainda acontecer! Não
tenhais medo então, e não tremais! Não vos tenho esclarecido desde há muito
tempo? Vós sois minhas testemunhas: existe outro CRIADOR a não ser eu? Haverá
outro rochedo além de mim? (Isaías, 44:6-8)
Existe outro CRIADOR além de mim? Pergunta o Criador de Isaías. “[...] antes de mim
deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o CRIADOR, e fora de mim não há
SALVADOR” (Isaías 43:10,11). No intuito de orientar seus contemporâneos
– e não somente estes – continua o profeta:
Os fabricantes de
ídolos nada são e suas preciosas obras nada valem; para confusão deles, suas
testemunhas não sabem ver nem compreender. Aquele que quer modelar um deus,
funde uma estátua que não servirá para nada. Seus fiéis ficarão decepcionados e
seus operários são apenas homens. Que todos se congreguem e compareçam. Ficarão
assustados e decepcionados (Isaías 44:9-11).
Trata-se de um alerta para a
existência de dois tipos de pessoas: os fabricantes de ídolos e seus
respectivos adoradores. Confusão, decepção e espanto são algumas das prováveis consequências.
Utilizando-se da figura de profissionais como o ferreiro e o escultor, a
narrativa bíblica aponta para as seguintes atitudes:
O ferreiro manipula
o formão e trabalha no forno; talha o ídolo com golpes de martelo; modela-o com
mão vigorosa; mas tem fome, sente-se esgotado, tem sede, está extenuado. O
escultor em madeira estica o cordel, traça o esquema a lápis, desbasta a imagem
com o cinzel, mede-a com o compasso; dá-lhe forma humana, fá-la um belo tipo de
homem, para colocá-la numa casa. (Isaías 44:12-13).
O que antes era ferro ou um
pedaço de madeira, adquire forma humana e depois é levado para casa. A natureza
– obra do CRIADOR – torna-se objeto de adoração sem que o “fiel adorador” se dê
conta do tamanho do seu erro.
Vai cortar madeira,
apanha um roble ou um carvalho que tinham deixado crescer entre as árvores da
floresta que o CRIADOR havia plantado, e que a chuva havia feito crescer. Depois
faz com a madeira um fogo, e leva-o para se aquecer; queima-a também para cozer
o pão; enfim, serve-se dela para fabricar um ídolo diante do qual se prosterna.
Queima a metade de sua madeira, sobre a brasa assa a carne, come esse assado
até fartar-se. Então, aquece-se e diz: “Como é bom sentir o calor e admirar a chama!”.
Com a sobra faz um deus, um ídolo diante do qual se prostra para adorá-lo e
orar dizendo: “Salva-me, tu és meu deus”. (Isaías 44:14-17).
Isaías insiste
no sentido de fazer com que seus ouvintes reflitam sobre estas práticas e, ao mesmo
tempo, tenham inteligência para se perguntarem: Eu me prostraria diante de um
pedaço de madeira?
Falta bom senso e
juízo a essa gente; têm os olhos tão fechados que não veem, seus corações não
podem compreender. Ninguém reflete nem tem bom senso e inteligência para se
dizer: Queimei metade, cozi pão sobre a brasa, aí assei a carne que comi e iria
eu fazer do resto um ídolo miserável? Eu me prostraria diante de um pedaço de
madeira? (Isaías 44:18-19).
Ao afirmar
que “falta bom senso e juízo a essa gente” o profeta convida para uma reflexão
cujo entendimento tende a uma mudança de comportamento. Comportamento que
futuramente seria melhor explicado por Cristo, ao se encontrar com a
mulher samaritana junto ao poço de Jacó;
Vós
adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação
vem dos judeus. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
hão de adorar o PAI em espírito e verdade, e são esses adoradores que o PAI deseja. O PAI é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e
verdade. (João 5: 22-24)
Percebe-se,
através dessas poucas linhas, a facilidade com que os erros acontecem.
Felizmente, sob a luz do ESPÍRITO do ETERNO, compreendemos a possibilidade destes
mesmos erros serem evitados. Nesse sentido, convém que o leitor bíblico fique
atento não somente ao que está escrito, mas também às suas práticas diárias.
Por: Márcio
Silva
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